Em Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, barreira de contêineres separou os presos durante a crise no início do ano
Sumaia Villela/Agência Brasil - 21.1.2017
Em Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, barreira de contêineres separou os presos durante a crise no início do ano

O Ministério Público do Rio Grande do Norte deflagrou, nesta sexta-feira (16), após quase dois anos de investigação, uma operação contra integrantes de uma facção criminosa que coordenava crimes de dentro dos presídios.

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Ao todo, são cumpridos, em parceira com a Polícia Militar, 129 mandados de busca e apreensão, 21 de prisão e 24 conduções coercitivas, nas cidades de Natal, Parnamirim, Ceará Mirim, Macaíba, Baía Formosa, Mossoró, Itajá, Felipe Guerra, Baraúna, Caraúbas, Martins, Pau dos Ferros, São Francisco do Oeste, Tenente Laurentino Cruz, todas no Rio Grande do Norte .

Além disso, há cumprimento de mandados na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga (Pav. 5), Penitenciária de Alcacuz, Cadeia Pública de Natal, CDP Zona Norte, Complexo Penal João Chaves, CDP Pirangi, Penitenciária Estadual de Parnamirim, CDP Parnamirim, Cadeia Pública de Mossoró, Presídio Mário Negócio, Cadeia Pública de Caraúbas, Presídio de Pau dos Ferros, CDP Patu, CDP Parelhas, CDP Jucurutu.

Apelidada de Juízo Final, a operação investiga ações relacionadas ao tráfico de drogas, roubo de veículos, estouros de caixas eletrônicos, homicídios, estruturação da facção, entre outros.

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Segundo as investigações do Ministério Público, os criminosos comandavam o tráfico de drogas de dentro dos presídios, atuando em praticamente todo o sistema carcerário potiguar. 

Entenda o esquema

A operação também revelou um esquema "familiar" usado pelos investigados que estão detidos. De acordo com as investigações, mulheres conhecidas como "cunhadas" forneciam seus dados bancários para transações financeiras dos presos. 

Foram apreendidos cadernos e documentos com dados bancários. As anotações contém nomes, apelidos, datas e números de telefones. Além disso, há ainda a identificação dos "padrinhos", que são pessoas da facção que permitem a entrada de um novo integrante no grupo criminosos.

Nos últimos dois anos, 184 contas relacionadas à facção movimentaram aproximadamente R$ 6 milhões. Os alvos da operação no Rio Grande do Norte vão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, entre outros.  

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