Mesmo depois de mais de três do massacre ocorrido na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, ainda há vestígios a serem investigados. A chacina que marcou o início da disputa entre facções rivais na região do país ainda resultou em três corpos e 15 cabeças que ainda aguardam o exame de DNA.
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Por não ter laboratório com tecnologia para a análise do código genético, a polícia científica do estado precisou recorrer ao laboratório da Polícia Cientifica da Bahia, que deve realizar o exame nos restos dos corpos que sobraram da rebelião ainda neste mês.
Os restos mortais foram encontrados gradativamente, após as buscas feitas ao fim da rebelião. Já haviam sido identificados 11 corpos, e liberados, sem cabeça, para as famílias. Agora, com a identificação que irá resultar do exame de DNA, as cabeças serão entregues aos parentes que vão decidir o destino do órgão.
“Não era certeza que essas cabeças apareceriam, foram aparecendo, por sinal, de forma gradativa, algumas só posteriormente. É igual acidente aéreo, a vítima vai ser enterrada com o que foi encontrado”, afirmou o diretor-geral do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) Marcos Brandão.
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No entanto, o ocorrido acabou fazendo com que um antigo processo de abertura de um laboratório de DNA no Rio Grande do Norte voltasse a ser cogitado. De acordo com Brandão, uma parte do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do estado (Idiarn) já havia sido doada ao Itep, mas ainda precisava de ajustes. A obra está orçada em R$ 280 mil, e o diretor-geral do instituto garantiu que até dia 15 de maio a licitação deverá sair, com previsão de inauguração do laboratório até o final do ano.
Reforma
Após a rebelião, uma reforma em Alcaçuz está sendo feita. Desde que foi anunciada a mudança, algumas alterações já foram feitas em relação ao projeto original, que vão desde travas das celas mais modernas a reforço de concreto no chão.
Já as adaptações que seriam realizadas do lado de fora, como proteção do perímetro do presídio e concretagem junto ao muro para evitar túneis de fuga, a Secretaria de Justiça ainda não informou mais detalhes do que já foi iniciado ou realmente concluído.
Nas poucas manifestações sobre a rebelião, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, reforçou, em pelo menos duas ocasiões, o desejo de desativar a Penitenciária de Alcaçuz. Segundo o governador o local, uma duna próxima a uma área de expansão turística, e a concepção do projeto nunca foram um acerto. O Ministério Público do Rio Grande do Norte abriu inquérito civil questionando essas manifestações.
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*Com informações da Agência Brasil