Operação da PF investiga transações entre Banco Panamericano e Caixa

Cerca de 200 policiais cumprem, desde as primeiras horas desta quarta, 46 mandados de busca e apreensão expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília

Inquérito da Polícia Federal apura a responsabilidade de gestores da Caixa Econômica Federal nas fraudes
Foto: DENILTON DIAS - 18.2.2017
Inquérito da Polícia Federal apura a responsabilidade de gestores da Caixa Econômica Federal nas fraudes

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (9), a Operação Conclave, que investiga possíveis fraudes na compra de ações do Banco Panamericano pela Caixa Participações S.A. (Caixapar).

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O inquérito da Polícia Federal apura a responsabilidade de gestores da Caixa Econômica Federal (CEF) e investiga também possíveis prejuízos causados a correntistas e clientes do banco.

Cerca de 200 policiais estão cumprindo desde cedo 46 mandados de busca e apreensão expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília. "A decisão ainda determinou a indisponibilidade e bloqueio de valores de contas bancárias de alvos das medidas cautelares. O bloqueio alcança o valor total de R$ 1,5 Bilhão", diz a nota da polícia.

Estrutura do esquema

De acordo com as investigações, alguns núcleos criminosos foram identificados, entre eles, "o núcleo de agentes públicos, responsáveis diretos pela assinatura dos pareceres, contratos e demais documentos que culminaram com a compra e venda de ações do Banco Panamericano pela Caixapar e com a posterior compra e venda de ações significativas do Banco Panamericano pelo Banco BTG Pactual S/A",

Outro núcleo de criminosos, o de consultorias, de acordo com as investigações da polícia, era responsável por emitir pareceres para legitimar os negócios realizados pelos envolvidos.

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Além desses dois, havia um terceiro núcleo: o de empresários que, "conhecedores das situações de suas empresas e da necessidade de dar aparência de legitimidade aos negócios, contribuíram para os crimes em apuração".

Segundo a Polícia Federal, os investigados na Operação Conclave poderão responder pelos crimes de gestão temerária ou fraudulenta, além de outros delitos que possam vir a ser descobertos. As punições para esses crimes podem chegar a 12 anos de reclusão. O nome da operação policial faz referência à forma sigilosa com que foram tratadas as negociações entre os envolvidos e alude ao ritual (Conclave), no Vaticano, responsável pela escolha do papa.

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* Com informações da Agência Brasil.