'Se correr, o Canil da PM pega': Batalhão de Choque dá prejuízo ao tráfico em SP

Equipes do Canil Central descobriram esconderijo de drogas em favela na zona sul de SP; suspeito pulou em córrego ao tentar fugir, mas se deu mal

Canil Central, do Batalhão de Choque da PM, apreendeu pacotes com cocaína, maconha, crack, ecstasy e LSD
Foto: Divulgação/Polícia Militar
Canil Central, do Batalhão de Choque da PM, apreendeu pacotes com cocaína, maconha, crack, ecstasy e LSD

É grande o número de moradores que aproveitam as ruas arborizadas do Campo Belo, bairro de classe média na zona sul de São Paulo, para passear à noite com seus cachorros. Ainda assim, a visão de um grupo de homens fardados acompanhados de quatro cães das raças Pastores-Alemães  e Pastores Belga-Malinois com mais de 25 kg cada não deixa dúvidas: não se trata de meros dog walkers , mas sim equipes do Canil Central, mantido pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo .

Foi assim na noite desta quarta-feira (29), quando equipes dos pelotões lll e lV de Operações com Cães do Batalhão de Choque da Polícia Militar realizaram mais uma ação bem-sucedida durante averiguação na favela do Piolho, situada na Avenida Jornalista Roberto Marinho.

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O Tenente Derek, responsável pela expedição, conta que cerca de cinco suspeitos saíram em disparada pelas vielas da favela assim que avistaram as equipes do Canil. Os agentes focaram as ações contra um dos indivíduos, que abandonou pelo caminho uma sacola recheada com drogas.

Desesperado e com 12 homens em sua cola, o rapaz de 18 anos de idade decidiu pular no córrego Água Espraiada, que corta a Avenida Jornalista Roberto Marinho.

“Eu estava perto e na hora pensei que ele tivesse morrido, porque é alto da avenida para o córrego”, relata o Tenente. “Ele ainda continuou fugindo pela água, no sentido da Marginal Pinheiros.”

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Segundo o Tenente Derek, o suspeito decidiu desistir da fuga quando já estava cerca de dois quilômetros distante do ponto inicial da perseguição. Os policiais usaram cordas para retirá-lo da água e tentaram obter informações sobre o armazenamento de drogas na favela, mas ele não quis colaborar.

Foto: Divulgação/Polícia Militar
Canil apreende drogas na zona sul de São Paulo

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Treinamento colocado em prática

Ao retornarem à comunidade, os cães farejadores Euro, Cloe e Anúbis colocaram em prática o treinamento de mais de dois anos que receberam no Canil Central. Com a indispensável ajuda dos animais, os policiais militares descobriram atrás de uma parede falsa uma verdadeira montanha de entorpecentes.

Foram apreendidos no local cerca de 7.000 pinos de cocaína, 227 pedras de crack, 76 comprimidos de ecstasy, cerca de 1.200 pacotes de maconha e 72 papelotes  de LSD.

“Quem localizou as drogas foram os cachorros, porque sem eles a gente ia passar batido. No último barraco de uma viela havia um fundo falso que parecia parede. Os três cães indicaram aquele local, então derrubamos aquela parede de madeirite e encontramos as drogas”, conta o Tenente Derek, explicando que é necessário revezar os cães durante as buscas para eles não se cansarem.

Os entorpecentes e o homem que tentou fugir dos policias foram encaminhados ao 27º Distrito Policial (Campo Belo), onde a ocorrência foi registrada. O rapaz de 18 anos de idade já tinha histórico criminal, justamente por envolvimento com o tráfico.

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Além das drogas, também foram apreendidos documentos da contabilidade dos traficantes. Os detalhes das anotações indicam que a venda de entorpecentes no local tem relação com o crime organizado.

Além dos cães farejadores Euro, Cloe e Anúbis, a pastora-belga Malinois Danka também participou da operação na favela do Piolho. “A Danka foi treinada para atuar na imobilização de suspeitos. A personalidade do cão é analisada para que seja decidido o treinamento que ele irá receber. Ele é um indivíduo né, então também tem as preferências dele”, explica o Tenente Derek.

A bem-sucedida operação da noite desta quarta-feira se soma a uma série de outras ações que o Canil Central  do Batalhão de Choque da PM têm realizado nas últimas semanas na região do Campo Belo. A necessidade de atuar no local foi verificada com base nos índices criminais e estudos realizados pelas polícias paulistas.

Veja imagens da Operação do Canil da Polícia Militar