Depois de 22 dias de ocupação, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) começou, nesta quinta-feira (9), a desmontar o acampamento estabelecido na Avenida Paulista, em frente ao escritório da Presidência da República em São Paulo.
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Nesta quarta-feira (8), aconteceu um encontro entre o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e o líder do grupo do MSTS , Guilherme Boulos. Também estava presente na reunião o dirigente nacional do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia, Paulo André de Araújo.
O ministro anunciou que serão contratadas 170 mil novas unidades habitacionais dentro das próximas semanas. Após o encontro, os participantes do movimento decidiram dar fim à ocupação na Avenida Paulista.
De acordo com o Ministério das Cidades, os conjuntos habitacionais, que serão construídos como parte do programa Minha Casa Minha Vida, serão destinados ao público que integra a chamada Faixa 1, ou seja, núcleos familiares com renda mensal menor que R$1,8 mil.
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Até o final do mês de março está prevista a publicação de uma portaria que estabelece novos critérios para as contratações. Uma das mudanças será a determinação de um limite de, no máximo, 500 unidades habitacionais dentro de cada empreendimento.
Mobilização
O movimento iniciou sua ocupação no espaço em frente ao escritório da Presidência da República em 16 de fevereiro, após um protesto. Na ocasião, os manifestantes pediam o fim da paralisação nas contratações do programa Minha Casa Minha Vida para famílias de renda mais baixa.
No total, foram 22 dias de mobilização, durante os quais diversas atividades culturais foram realizadas no local, inclusive a exibição de filmes e apresentações musicais, que foram realizados com a ajuda do coletivo Fora do Eixo e do Círculo Palmarino.
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O movimento comemorou a vitória através de uma publicação em sua página do Facebook. As contratações do Minha Casa Minha Vida para famílias que se encaixam na Faixa 1 estavam paralisadas desse o início do governo Temer.
O MTST anunciou que voltará à Avenida Paulista em 15 de março junto a milhares de sem-teto para participar das mobilizações que ocorrerão em todo o Brasil contra a Reforma da Previdência proposta pelo presidente.