Mais uma rebelião em presídios brasileiros explodiu nesta terça-feira (24). Desta vez, foi no Instituto Penal Agrícola na cidade de Bauru, interior paulista, que terminou com a fuga de 200 presos, segundo foi informou o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom).
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Ainda segundo as informações do Copom, parte dos presos
foi recapturada, porém não há mais informações sobre os números entre aqueles que ainda estão foragidos. A rebelião teria começado por volta das 8h30 da manhã desta terça, depois de um desentendimento entre os detentos e os funcionários da penitenciária.
Durante a rebelião, colchões foram queimados e, devido ao fogo no local, o Corpo de Bombeiros teve de enviar sete viaturas ao presídio rural. Segundo as informações divulgadas, ninguém ficou ferido por causa da confusão.
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A penitenciária tem capacidade para 1.124 internos, mas estava com 1.427 presos. O Instituto Penal funciona em regime semiaberto e está localizada na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, altura do quilômetro 349, na zona rural.
Crise carcerária
A rebelião e fuga de detentos na cidade de Bauru é apenas uma das várias que explodiram no País no começo de 2017. Diversos presídios sofrem com a superlotação e as facções criminosas começaram uma guerra já no primeiro dia deste ano, com uma chacina na prisão de Manaus, onde morreram ao menos 56 pessoas.
Além do Amazonas, os estados de Roraima e Rio Grande do Norte vivem um momento de crise e tensão, com rebeliões seguidas e a morte de dezenas de detentos em cada uma delas. Os estados de Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro também já registram movimentos de revolta dos presidiários. Até agora, é possível afirmar que mais de uma centena de pessoas foram assassinadas em decorrência da crise carcerária do Brasil somente no ano de 2017.
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Entre as causas das rebeliões e da guerra iniciada entre as facções, está a superlotação dos presídios. Em reportagem especial, o iG
mostrou que o governo federal investiu apenas 22,8% do Fundo Penitenciário nos últimos oito anos, o que pode ilustrar a omissão das autoridades diante da situação tensa dos presos e, sobretudo, dos funcionários penitenciários – que, inclusive, entraram em greve em diversas cidades do País.
*Com informações da Agência Brasil