Em Alcaçuz (RN), barreira de contêineres irá separar os presos; ministério anunciou verba para novos presídios
Sumaia Villela/Agência Brasil - 21.1.2017
Em Alcaçuz (RN), barreira de contêineres irá separar os presos; ministério anunciou verba para novos presídios

Tropas especiais da Polícia Militar (PM) voltaram a entrar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal (RN), nesta terça-feira (24). Segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública e da Defesa Social, os policiais vão revistar as celas e dependências da unidade em busca de armas, aparelhos celulares e drogas, além de recontar os detentos e garantir a segurança das equipes que estão erguendo um muro de contêineres para separar os presos de facções criminosas rivais.

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De acordo com a secretaria, os policiais militares entraram na unidade por volta das 10h, sem nenhuma resistência de presos de Alcaçuz – ainda que muitos detentos continuem espalhados pelo pátio da unidade. Homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Tropa de Choque da PM se dirigiram para os pavilhões 1, 2 e 3, enquanto o efetivo do Grupo de Operações Especiais (GOE) atua na contenção dos pavilhões 4 e 5.

A Penitenciária de Alcaçuz vive uma guerra entre duas facções desde o dia 14 de janeiro, quando pelo menos 26 presos foram assassinados brutalmente e boa parte da penitenciária passou a ser controlada pelos detentos.

Agora, o plano das autoridades de segurança pública é manter homens das três tropas especiais no interior do estabelecimento até pelo menos a conclusão da instalação dos seis últimos contêineres, antes de iniciar a construção do muro definitivo, de concreto, que separará a área interna da penitenciária.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social, o muro definitivo deverá ficar pronto em pouco mais de 15 dias. As placas pré-moldadas já foram encomendadas e, segundo o fabricante, devem ser entregues em cerca de dez dias. A instalação deve demorar mais dois ou três dias se não houver nenhum impedimento.

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Ainda de acordo com assessores da secretaria, a revista que os policiais militares estão realizando nas celas e dependências da unidade não contam com o apoio das Forças Armadas, apesar de o Rio Grande do Norte ter sido um dos primeiros estados a pedir ao governo federal a presença das equipes de militares.

As Forças Armadas, no entanto, estão no estado, atuando na segurança nas ruas da capital, Natal, onde, na semana passada, foi registrada uma série de ataques criminosos a ônibus, delegacias e outros prédios públicos.

Medida emergencial

O governo estadual também espera receber o reforço do grupo de agentes integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, criada pelo Ministério da Justiça e Cidadania, a pedido e por sugestão de governadores. A formalização da constituição da força foi anunciada nesta terça-feira (24).

Cedidos pelas unidades da Federação que aderirem aos acordos e convênios de cooperação e pelo próprio governo federal, a força-tarefa vão ajudar a controlar distúrbios, vigiar e custodiar presos, entre outras tarefas.

Atualmente, o efetivo de Alcaçuz conta, em média, com seis agentes por turno para supervisionar aproximadamente 1.200 presos e os novos agentes vão ajudar a reforçar a equipe. 

* Com informações da Agência Brasil

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