Centro Integrado de Comando e Controle Amazonas - Rebelião - Anísio Jobim
Nathalie Brasil/Divulgação/Agecom
Centro Integrado de Comando e Controle Amazonas - Rebelião - Anísio Jobim

Os corpos dos presos que foram assassinados durante a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, serão guardados em um contêiner frigorífico alugado pelo governo do Amazonas. Isso porque o Instituto Médico Legal (IML) da capital amazoense não possui capacidade para receber todos os corpos. Pelo menos 60 presos foram mortos .

O motim começou na tarde deste domingo (1º) e chegou ao fim na manhã desta segunda-feira (2), após mais de 17 horas de rebelião. Assim que a rebelião chegou ao fim e os primeiros corpos começaram a ser retirados do Compaj, parentes de presos foram ao IML do Amazonas em busca de informações. Os portões do instituto foram fechados para limitar o acesso a funcionários e policiais e um grande número de pessoas aguarda na rua.

De acordo com o governo do estado, o contêiner vai permitir que os corpos sejam guardados em condições apropriadas de conservação até a conclusão dos exames que buscam identificar as vítimas e as causas das mortes. 

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“Vamos alugar um contêiner frigorífico e nos empenharmos para que as necrópsias possam ser feitas o mais rápido possível a fim de produzir provas para o inquérito policial que já foi instaurado”, disse o secretário de Segurança Pública do estado, Sérgio Fonte, durante entrevista em que confirmou que alguns dos mortos foram decapitados ou esquartejados.

Enquanto Fontes afirma que pelo menos 60 pessoas foram mortas, as informações preliminares da Polícia Militar (PM), falam em pelo menos 80 presos assassinados. Apesar da divergência entre os números, a rebelião no Compaj já é o segundo episódio mais sangrento da história do sistema prisional brasileiro, atrás apenas do Massacre do Carandiru, em 1992, em que 111 detentos foram mortos pela polícia.

Guerra de facções

Ainda de acordo com Fontes, o banho de sangue deste início de ano é resultado da rivalidade entre duas facções criminosas que disputam o controle de atividades ilícitas na Região Amazônica: a Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Aliada ao Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, a FDN domina o tráfico de drogas e o interior das unidades prisionais do Amazonas. Desde o segundo semestre de 2015, líderes da facção criminosa do Amazonas vêm sendo apontados como os principais suspeitos pela morte de integrantes do PCC, grupo que surgiu em São Paulo, mas já está presente em quase todas as unidades da federação.

* Com informações da Agência Brasil.

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